Título: 'Região da Amazônia é uma área promissora'
Autor: Villalba, Patrícia
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/04/2007, Vida&, p. A17

O professor de Geotectônica e Mapeamento Geológico da Unicamp Ticiano José Saraiva dos Santos é um dos centenas de geólogos que vão literalmente calçar as botas e sair investigando o subsolo do Brasil nas próximas, pelo menos, duas décadas. Ele falou ao Estado sobre o projeto do CPRM.

Como vinham se desenvolvendo as pesquisas geológicas até a retomada do mapeamento total do território?

As universidades estavam fazendo o mapeamento de algumas áreas, mas esse trabalho ficava restrito ao meio acadêmico. Agora, o projeto federal busca resgatar os dados de dentro das universidades, padronizando um banco de dados. O que a CPRM tem feito, além de mandar seu pessoal a campo, é comprar os trabalhos das universidades, que propõem mapear certas áreas.

A que locais do País se referem os 8% do território brasileiro que já estão mapeados?

Basicamente Minas, Bahia, Rio, Rio Grande do Norte e São Paulo. São os Estados mais mapeados no País. Minas e Bahia pela sua tradição mineral. Há áreas promissoras, como Goiás, Amapá e a própria região amazônica, mas a dificuldade de acesso impede o avanço do trabalho, porque a logística é complicada. Mas no próprio Estado de São Paulo há áreas difíceis, como o Vale do Ribeira.

Como está o Brasil na área da pesquisa geológica?

Está bem. Não tão bem quanto a Austrália, Estados Unidos e o Canadá, cuja principal fonte de recursos é a mineração, mas não está atrás dos países em desenvolvimento.

Há algum risco ambiental, de um boom de escavações?

Não. O mapeamento geológico é só para conhecer. O processo para se conseguir um alvará de mineração é cuidadoso hoje em dia, há uma fiscalização exigente. Não dá para sair cavando, há um controle muito grande dos órgãos reguladores.