Título: Reforma concluída, Lula quer agora pensar no Brasil de 2022
Autor: Lacerda, Angela
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/03/2007, Nacional, p. A12

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu por concluída a reforma ministerial, ontem, no Recife (PE). Ao comentar o novo formato da Esplanada, disse que alguns ministros saíram porque queriam - caso de Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento -, enquanto outros ele remanejou ¿porque estava na hora¿. ¿Estamos construindo coalizão importante, que é um outro exemplo de consolidação de um novo tipo de fazer política no Brasil¿, explicou. ¿Estou convencido de que depois que aprovamos o PAC, depois que apresentamos o programa de educação e agora que vamos apresentar políticas sociais e de segurança, vamos ter conjunto de obras para serem cumpridas em quatro anos e que vai dar ao Brasil uma sustentabilidade que não tinha e que nunca foi pensada dessa forma¿, disse Lula, citando o Programa de Aceleração do Crescimento.

Sua orientação para o novo ministério é a de que todos terão de trabalhar em função desse programa. ¿As obras já estão determinadas, sua importância já está detectada e, se todo mundo cumprir o organograma, vamos concluir o mandato fazendo o que o Brasil precisa.¿ Entusiasmado, disse querer pensar o País de daqui a 15 anos, quando se completam 200 anos de independência. ¿Precisamos definir agora o que queremos ter daqui a 15 anos, é um tempo bom de planejamento¿, afirmou. ¿Precisamos determinar quais obras serão importantes, independentemente de quem for presidente¿, disse, citando obras como rodovias, portos e investimentos em informática como de longo prazo. A meta é chegar ao final deste ano com banda larga em todas as escolas de ensino médio do País.

Lula falou com os jornalistas pela manhã, ao deixar o hotel em que se hospedou, no Recife, com destino a Olinda, onde participou da formatura de 4.200 jovens que concluíram o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). O programa atende a pessoas de 18 a 24 anos que terminaram a 4ª série, mas não concluíram o ensino fundamental e não têm emprego com carteira assinada. Tem duração de um ano e dá uma bolsa mensal de R$ 100.

Aclamado, Lula deu autógrafos, pegou no colo um bebê, abraçou e beijou gente, tendo ao seu lado os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e de Sergipe, Marcelo Déda (PT). O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que mais 80 mil vagas serão criadas no programa em todo o País. Hoje, são 164 mil.

No discurso, Lula citou a si próprio como exemplo de perseverança, ao repetir sua história de retirante nordestino que chegou à Presidência. O presidente voltou a se posicionar contra a maioridade penal para menores de 18 anos. ¿Quando o governo é sovina com educação, vai ter que gastar mais pagando soldado e construindo cadeia.¿