Título: Ataques no Iraque cresceram 30%
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Fonte: O Estado de São Paulo, 31/03/2007, Internacional, p. A26

O Exército americano afirmou ontem que ataques suicidas e com carros-bomba aumentaram 30% no Iraque desde a aplicação do novo plano de segurança para Bagdá, no mês passado. O anúncio foi feito na semana em que uma nova onda de violência no país deixou mais de 500 mortos, a grande maioria xiitas.

Os atentados demonstraram o poder de fogo dos grupos ligados à Al-Qaeda, que é sunita, no Iraque. 'A Al-Qaeda comete atos bárbaros para tentar intensificar a violência sectária e minar o sucesso do plano de segurança', afirmou o general David Petraeus, comandante das tropas americanas no Iraque. O Pentágono também condenou o recente uso de armas químicas pelos rebeldes. Desde o início do ano , oito caminhões contendo gás de cloro foram detonados, matando mais de 50 civis e intoxicando centenas.

O clérigo xiita antiamericano Muqtada al-Sadr fez ontem um dos mais duros discursos contra os EUA, a quem culpou pela violência e pobreza em que o Iraque está mergulhado. Por meio de uma nota lida na mesquita de Kufa, ao sul da capital, Sadr convocou seus seguidores para um grande protesto no dia 9, na cidade sagrada de Najaf. A data marca o quarto aniversário da tomada de Bagdá pelos EUA.

'O Iraque está enfrentando anos difíceis por causa da opressiva ocupação que diz ter removido o destruidor (Saddam Hussein) para trazer o fantasma da falsa democracia', disse o clérigo, que lidera a milícia mais temida do país e o bloco político que é a base de apoio do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

Sadr, que segundo os EUA está refugiado no Irã, terminou seu discurso afirmando que após quatro anos, o Iraque 'continua sem água, eletricidade e segurança. Em vez de pendurar fotos do (presidente americano George W.) Bush em suas casas, os iraquianos estão pisoteando-as, com bandeiras americanas'.