Título: Gonzales rejeita acusação de assessor
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Fonte: O Estado de São Paulo, 31/03/2007, Internacional, p. A29
O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, disse ontem que não lembra de ter participado de conversas sobre a demissão de oito procuradores federais em dezembro, contestando a afirmação feita na véspera por seu ex-assessor Kyle Sampson. Na quinta-feira, Sampson prestou depoimento no Senado, deixando claro que foi Gonzales quem decidiu sobre as demissões. 'Eu apenas fazia as recomendações. Quem demitia eram ele (Gonzales) e Miers', disse, referindo-se a Harriet Miers, ex-consultora jurídica da Casa Branca.
Durante um encontro em Boston para discutir a questão da pedofilia na internet, Gonzales disse que pediu para Sampson avaliar o desempenho dos 93 procuradores federais dos EUA para ver se era necessário fazer alterações no quadro. 'Eu não lembro de ter tido conversas para determinar se algum procurador deveria ser demitido ou não', afirmou. 'No fim do dia, eu sei o que eu fiz e sei que a motivação para as decisões que tomei não foram baseadas em razões inadequadas', disse Gonzales, negando as acusações da oposição de que a demissão dos oito procuradores - dos quais sete tinham a ficha impecável - foi por motivação política.
Apesar das acusações e contestações, o presidente George W. Bush continua apoiando Gonzales. A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, afirmou que Bush tem '100% de confiança' em Gonzales.
'O presidente acredita que o secretário de Justiça conseguirá superar as dificuldades pelas quais está passando', afirmou Dana, que também desmentiu rumores de que Bush receberia possíveis candidatos para assumir o posto de Gonzales no rancho do presidente no Texas, durante o feriado da Páscoa.