Título: Cooperativa alega que construções seguem a lei
Autor: Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/04/2007, Nacional, p. A16

A Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) rebateu com veemência as denúncias de que dirigentes ou ex-administradores praticaram crimes.

João Vaccari Neto, presidente da Bancoop, informou que em seus quase 11 anos de existência a cooperativa entregou 5.626 imóveis dos 8.496 que foram colocados à disposição. 'Como determinam a Lei do Cooperativismo e o Termo de Adesão e Compromisso de Participação da Bancoop, todos os empreendimentos são construídos a preço de custo', assinalou Vaccari. 'Na formação do grupo, os custos são estimados.'

Segundo ele, a origem dos déficits está no cálculo do custo das unidades. 'No sistema cooperativista, diferente do que ocorre no mercado imobiliário, o preço do imóvel é seu custo, é quanto efetivamente cada unidade custou. Faz-se cálculo do valor estimado e, havendo diferença para mais ou para menos, o valor deve ser aportado ou devolvido entre cooperados.'

Vaccari destacou que 'os cooperados arcam com todos os custos', que, por sua vez, só podem ser apurados com exatidão após o término das obras, a entrega das unidades e área comum, bem como da conclusão documental do empreendimento. 'Em vários empreendimentos, inclusive alguns já concluídos, o fechamento das contas não havia sido feito', disse, em nota. 'Muitos cooperados já estavam morando nas unidades. No entanto, os custos do empreendimento tinham sido maiores do que os valores estimados. Com isso, alguns empreendimentos passaram a ser credores de outros.'

Ele afirmou que todos os documentos foram colocados à disposição dos cooperados. 'Muitos se recusam a proceder tal conferência/verificação. Outros analisaram cada um dos documentos e constataram que era preciso fazer o rateio ou aporte de recursos para a continuidade das obras. No cotidiano, a Bancoop tem realizado acordos com cooperados e com aprovação em assembléias específicas dos empreendimentos.'

Vaccari informou que o Ministério Público 'decidiu pelo arquivamento do processo' por não serem 'procedentes' as reclamações. Ele garantiu que, 'da mesma forma como agiu com o MP, colocando todos os documentos e informações à disposição', a atual diretoria fará com o Gaeco.