Título: Produtor quer aproveitar para exportar cachaça
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/04/2007, Economia, p. B10

Depois do etanol, a cachaça. Para alguns produtores, o acordo entre Brasil e Estados Unidos para produção de álcool combustível pode abrir portas do mercado americano para a bebida. 'O potencial de exportação é enorme. Os EUA são um dos principais consumidores de destilados do mundo', explica Vicente Ribeiro, membro do Conselho do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). Segundo dados da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), apenas 1% da produção brasileira é exportada. E pouco dos 13 milhões de litros que vão para o exterior chegam aos EUA. Os principais destinos são Alemanha, Paraguai, Itália e Portugal. A idéia é fazer com a cachaça o mesmo que a indústria mexicana fez com a tequila, que hoje tem 15% do mercado de destilados norte-americano.

Antes, no entanto, os EUA precisam reconhecer oficialmente a origem brasileira da cachaça e estabelecê-la como categoria de bebida. Hoje, ela é vendida com a denominação 'brazilian rum' no rótulo. Segundo Ribeiro, um acordo entre os dois países resolveria o problema. 'O contexto atual é altamente positivo para isso.'

Para o o gerente de exportação da cachaça Magnífica, Daniel Groisman, a certificação impediria que a cachaça fosse produzida em outros países o que, segundo ele, já ocorre. 'A bebida brasileira não pode ter genéricos.'