Título: Três postos controlam o acesso ao complexo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2007, Internacional, p. A14
¿Não se aproxime antes de ser chamado. Siga estritamente as ordens militares. O uso de força letal está autorizado nesta área¿, diz o imenso cartaz, em inglês e árabe, na frente do primeiro posto de controle que dá acesso à Zona Verde - o moderno complexo de palácios construído por Saddam Hussein e a área mais fortificada de Bagdá. O rigoroso controle obriga funcionários das repartições públicas iraquianas a chegar à fila única pelo menos uma hora antes do início do expediente.
O primeiro posto de entrada, no qual o candidato ao acesso se expõe à primeira revista, é controlado exclusivamente por militares americanos. Após a longa espera na fila, sob a mira de um fuzil, o visitante recebe de um soldado - a 10 metros de distância - ordem para retirar jaquetas e blusas. Só depois, é autorizado a passar pelo detector de metais.
A área da fila é protegida por blocos de concreto, grades e rolos de arame farpado. Antes da adoção das rígidas medidas de segurança, em 2003, as filas - formadas então por candidatos a empregos públicos e na polícia iraquiana - eram o alvo preferencial dos ataques com carros e homens-bomba.
Passado o primeiro controle, o visitante é novamente revistado num segundo posto. Jaquetas, sacolas e mochilas são postas no chão para que sejam inspecionadas por cães treinados. A verificação nesse ponto está a cargo de empresas de segurança terceirizadas - como a sul-africana Global Security. Um crachá é entregue ao visitante.
O crachá é verificado num terceiro posto - até pouco tempo atrás, controlado por militares japoneses -, após o qual finalmente se tem acesso à Zona Verde. O visitante passa por controles adicionais na portaria dos edifícios do complexo.
Até ontem, quando um homem-bomba conseguiu burlar o esquema, acreditava-se que a Zona Verde era vulnerável apenas a foguetes de pouca precisão, disparados por insurgentes das margens do Rio Tigre.