Título: ANTT quer mais postos
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2007, Economia, p. B6

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) quer redistribuir e aumentar o número de praças de pedágio nas rodovias federais concedidas à exploração da iniciativa privada. Segundo o diretor geral da ANTT, José Alexandre Resende, o objetivo é aumentar o número de usuários pagantes que trafegam por essas rodovias e, dessa forma, reduzir o valor das tarifas.

'Tendo mais pagantes, diluem-se os valores', afirmou ele ontem, em audiência pública na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado. A ampliação do número de pedágios deve aumentar também o faturamento das concessionárias das rodovias federais.

De acordo com Resende, há um grande número de motoristas que trafegam nas rodovias e não pagam pedágio porque percorrem trechos pequenos, entre um ponto de cobrança e outro. A Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, é um bom exemplo, segundo a ANTT, porque, dos 794 mil veículos que passam diariamente pela rodovia, apenas 10% pagam pedágio e sustentam a manutenção da estrada. A Dutra tem seis pontos de cobrança nos seus 402 quilômetros e, se o plano da ANTT for posto em prática, esse número poderá aumentar.

Segundo Resende, a ANTT aguarda apenas sinal verde do Tribunal de Contas da União (TCU) para iniciar a redistribuição dos pedágios. Técnicos da agência anteciparam que, se o TCU der autorização, o trabalho de redistribuição já poderá afetar a revisão da tarifa de pedágio na Dutra, prevista para 1º de agosto. Resende não soube dizer quanto as tarifas poderiam cair. No caso da Dutra, elas variam hoje entre R$ 3,30 e R$ 7,50.

Segundo o diretor da ANTT, os usuários que circulam pela Dutra sem pagar o pedágio, além de contribuir para onerar o valor daqueles que pagam, ainda aumentam o tráfego na via e utilizam serviços de socorro médico e atendimento mecânico, o que pesa nos custos.

A agência estuda a cobrança eletrônica por quilômetro nas rodovias federais privatizadas. A efetivação do plano, porém, depende de negociação com as concessionárias e da conclusão de avaliações técnicas. Existem hoje 1.482 quilômetros de rodovias federais com exploração concedida à iniciativa privada. Todos no Sul e no Sudeste.