Título: Presidente planeja negociar projetos com a oposição
Autor: Leal, Luciana Nunes e Domingos, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2007, Nacional, p. A9

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem a intenção de conversar com a oposição para discutir a aprovação no Congresso de projetos de interesse do País. Ele afirmou que vai procurar os oposicionistas assim que terminar a rodada de encontros com os partidos da coalizão.

Ao chegar ao jantar com cerca de 200 peemedebistas, entre governadores e parlamentares, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula disse que pretende consolidar, com a atual aliança, 'um novo projeto político para o País'. 'As alianças eminentemente ocasionais, em função de um projeto ou outro, são deformações. Temos uma oportunidade enorme, com o PT, PMDB e outros partidos aliados, de estabelecer uma aliança mais sólida, com mais objetivos', afirmou. 'Pretendo conversar com os partidos de oposição, já tinha dito ao ACM que quero conversar com todo mundo. Há projetos no Congresso e o objetivo de todos nós é fazer o melhor para o Brasil.' No momento de posar para a foto do encontro, Lula se desequilibrou e foi amparado para não cair.

Os peemedebistas pregaram em coro o lançamento de um candidato próprio para a sucessão de Lula. 'A união do PMDB é possível e necessária e voltada para a governabilidade e para um projeto de poder em 2010', disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR).

No jantar, foram servidos ravióli com recheio de queijo brie ao molho de damasco, camarão ao molho de champagne e filé ao molho de vinho do Porto, acompanhados de vinho tinto chileno e uísque oito anos. Líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) resumiu o espírito do PMDB na negociação para os cargos do segundo escalão: 'Fizemos uma coalizão programática, uma coalizão para eleição do presidente da Câmara e agora faremos uma coalizão administrativa. O PMDB garante ao governo os votos de 80 a 85 deputados. A bancada tem que estar relaxada, bem atendida. Não é chantagem. É uma questão de tornar o partido mais parceiro.'

Alves quer se reunir hoje com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para acertar uma divisão entre indicados de deputados e senadores. Depois, irá ao ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. 'Vamos dizer quais são os cargos que reconhecemos como do PMDB da Câmara, os que queremos manter e os que queremos mudar. Faremos em acordo com o Senado.'