Título: Rede terrorista islâmica expande atuação na região
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Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2007, Internacional, p. A10

Na Argélia, o Grupo Salafista pela Pregação e Combate (GSPC) age para cumprir sua promessa: organizar extremistas em toda a África do Norte e reunir membros da Al-Qaeda para a guerra santa. ¿O grupo se tornou uma organização terrorista regional, operando com grupos terroristas no Marrocos, Nigéria, Mauritânia, Tunísia e outros países¿, disse o ex-embaixador da ONU para contraterrorismo Henry Crumpton.

Funcionários de contraterrorismo temem que suas atividades poderiam transformar a região em uma área terrorista no estilo do Afeganistão. Isso preocupa as autoridades européias por causa das raízes profundas que as comunidades da África do Norte têm na Europa e da facilidade de viajar entre as regiões. Para os EUA, a ameaça também é real porque as cidades americanas não exigem visto de quem possui passaporte europeu. ¿O grupo treina estrangeiros para que realizem ataques em seus países de origem ou na Europa¿, afirma o analista Jean-Louis Bruguière.

Embora a maioria das estimativas indique que o GSPC tenha apenas algumas centenas de membros, ele conseguiu sobreviver há mais de uma década de ofensivas do governo da Argélia para erradicá-lo. Hoje, é a organização terrorista com mais recursos financeiros e mais bem organizada na região.

No quinto aniversário dos ataques terroristas de 11 de Setembro, a Al-Qaeda escolheu o GSPC como seu representante na África do Norte. Em janeiro, o grupo retribuiu modificando seu nome para Al-Qaeda do Magreb Islâmico. O GSPC foi criado em 1998 como um braço do Grupo Islâmico Armado, que, com outras forças islâmicas, lutou por dez anos em uma brutal guerra civil iniciada em 1992, quando o comando militar argelino cancelou eleições por causa da iminente vitória de um partido islâmico.