Título: Múcio diz que loteamento é antigo
Autor: Costa, Rosa e Madueño, Denise
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/04/2007, Nacional, p. A4

A bancada governista não vê motivo para apressar a abertura da CPI do Caos Aéreo por causa da revelação de que os problemas na aviação começaram depois que a Infraero foi loteada politicamente. O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), disse que não há novidade no loteamento da estatal entre seis partidos políticos e destacou que todas as denúncias de irregularidades estão sendo apuradas pelo Tribunal de Constas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU).

O líder minimizou, ainda, o impacto de uma reportagem da revista IstoÉ desta semana informando que a Polícia Federal no Paraná investiga a existência de um esquema de propina - uma variação do mensalão - paga a diretores da Infraero por empresas que exploram publicidade e executam obras nos aeroportos.

¿Não houve nenhum acréscimo, não houve novidade. Todas as questões estão sendo acompanhadas pelo TCU e pela CGU, que estão fazendo as averiguações. Nada mudou¿, afirmou Múcio. ¿As coisas vão ser todas esclarecidas.¿ O líder disse que as informações não alteraram o cerne da questão: ¿Vai continuar um palanque político. A CPI não vai tratar dos problemas, mas sim focar no palanque político.¿

Já a líder do bloco governista no Senado, Ideli Salvati (SC), avalia que há fatores externos que influenciam a oposição a tentar criar uma CPI nessa outra Casa. Cita, como exemplo, a autorização da Justiça para abertura da CPI da Nossa Caixa pela Assembléia de São Paulo. ¿A oposição não está em nenhuma situação de fazer discurso de desejo contundente de fazer apuração¿, comentou a petista.