Título: Líderes fecham acordo para votar salário de R$ 16,2 mil
Autor: Madueño, Denise e Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/04/2007, Nacional, p. A9

Governo e oposição se uniram em torno do reajuste salarial dos parlamentares que deverá ser definido hoje em reunião do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), com os líderes partidários. A votação do projeto de aumento acontecerá depois da apreciação das medidas provisórias que trancam a pauta do plenário.

O valor do novo salário deve ser fixado em R$ 16.250,42, o correspondente ao índice da inflação medido pelo IPCA (26,49%) dos últimos 4 anos, quando houve o último reajuste. Hoje os parlamentares recebem o equivalente a 15 salários de R$ 12.847,20 por ano.

Dessa vez o reajuste deverá ser aplicado também aos salários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, José Alencar, e dos ministros, com o mesmo índice de correção. O salário do presidente deve passar de R$ 8.500 para R$ 11.239,24 e os do vice e dos ministros devem subir de R$ 8.000 para R$ 10.578,11.

'A idéia é só aprovar a reposição da inflação nos últimos quatro anos. Se mexermos nos salários dos parlamentares, temos de mexer também no salário do presidente da República e dos ministros', disse o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE). 'Temos de reajustar os salários dos parlamentares pela inflação. Mas nada além disso. Não vamos mexer em nenhuma das verbas', afirmou o líder da minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), que também é favorável ao aumento do salário do presidente e dos ministros.

O líder do PT, Luiz Sérgio (RJ), defende a votação do reajuste salarial o mais rapidamente possível para evitar desgaste para a Casa. O PT já tem posição tirada em reunião a favor da reposição da inflação dos últimos 4 anos. É a mesma posição do líder do PSDB, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP). PT e PSDB também concordam em não alterar a verba de gabinete de R$ 50 mil para os parlamentares contratarem assessores sem concurso. 'Verba de gabinete não está em discussão', afirmou Chinaglia.

Na reunião de hoje com os líderes, Chinaglia pretende pôr na lista de prioridades de votação a reforma política e a emenda à Constituição que acaba com o nepotismo.