Título: Irmão de ministro é suspeito de ter conta no exterior
Autor: Filgueiras, Sônia
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2007, Metrópole, p. C1

O primeiro indício de que presos da Operação Hurricane teriam contas no exterior apareceu numa agenda azul achada no escritório do advogado Virgílio Medina - irmão do ministro do STJ Paulo Medina, suspeito de favorecer a máfia do jogo. Na página do dia 22 de maio de 2006, uma anotação indicava a necessidade de ¿checar contas do ex¿, expressão interpretada pelos investigadores da PF como ¿checar contas no exterior¿. A PF trabalha com a hipótese de a máfia ter desviado até US$ 10 milhões para paraísos fiscais.

¿Percebe-se pela análise superficial de documentos encontrados no escritório que Virgílio Medina mantém diversos contatos com pessoas de fora do País¿, relatam os policiais que fizeram a diligência. Eles encontraram documentos relativos ao caso da empresa de caça-níqueis Betec, favorecida por uma decisão do desembargador José Eduardo Carreira Alvim, preso na operação. Havia anotações manuscritas dos valores R$ 1,5 milhão, R$ 1 milhão e R$ 800 mil, ¿com menções a porcentagens de 20% e 8%¿. No verso estão anotados valores menores, entre R$ 1 a R$ 9, e a relação de dez empresas.

¿Nunca ouvir falar da investigação de conta no exterior. É uma novidade completa¿, disse o advogado de Virgílio, Renato Tonini.