Título: Presidente do Incra acha que as críticas são injustas
Autor: Arruda, Roldão
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/04/2007, Nacional, p. A5

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, considera injustas as críticas que estão sendo feitas ao governo durante o ¿abril vermelho¿. ¿Pode-se dizer que não fizemos tudo, mas não é justo afirmar que nada aconteceu¿, diz ele.

Desde que iniciaram as manifestações deste mês, líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) têm dito que o governo não cumpriu nenhuma promessa. Nem as metas do Plano Nacional de Reforma Agrária, com previsão de 400 mil assentamentos, teriam sido alcançadas.

Hackbart sustenta que foram assentadas 381.419 famílias e que houve um aumento notável no volume de verbas para o setor: ¿Os recursos para a obtenção de terras foram de R$ 409 milhões em 2003 para R$ 1,4 bilhão em 2006. No total dos quatro anos foram gastos R$ 4,1 bilhões na obtenção de terras.¿

Ele diz que torce para que o IBGE conclua logo o censo agropecuário iniciado ontem no País. ¿Aí vamos ter uma fonte para comparar, analisar as mudanças que ocorreram nos últimos anos na estrutura da propriedade e do uso da terra¿, afirmou. ¿Não tenho dados, mas acredito que o índice de Gini, que mede a estrutura fundiária, já se alterou - e muito - em várias áreas reformadas do País.¿

Hackbart acha incorreta a afirmação de João Pedro Stedile, do MST, em entrevista ao Estado, de que Lula não fez nada pela reforma. ¿Avançamos - e muito¿, rebate. ¿Mas sei que temos que continuar assentando famílias, porque essa é uma forma de resolver o desafio da ocupação e da renda.¿