Título: Aliança com PT é absurdo, diz Serra
Autor: Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/04/2007, Nacional, p. A6

O governador José Serra classificou como absurdas as suposições de que estaria articulando uma frente com o PT para ser o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2010. ¿Estou ocupado em governar direito São Paulo. Desde janeiro, sempre que falei com algum representante do governo federal foi para tratar de assunto do Estado¿, afirmou ontem o governador ao Estado.

Serra ironizou a especulação de que pudesse ceder a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado para ganhar apoio à Presidência: ¿A tese é uma alucinação nos meios e nos fins¿, afirmou, dizendo que o PSDB não assistiria a essa hipótese sem reagir. Garantiu que nem conhece o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), apontado pelas fontes da informação como um de seus interlocutores na suposta aproximação com o PT, que e só conversou com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara, uma única vez, em telefonema sobre a votação do Fundeb.

O governador afirmou que as especulações ¿não se sustentam porque o presidente Lula não deixaria a Presidência antecipadamente para disputar o governo do Estado¿. E opinou: ¿Acho que o absurdo dessa hipótese revela a falta de seriedade do conjunto.¿ Ele disse não achar correto antecipar 2010: ¿Aliás, não é ainda hora de discutir nem 2008¿, observou.

Serra perguntou ¿a quem interessa essa boataria toda¿. E respondeu: ¿Seguindo o rastro do interesse, talvez se chegue à origem. De uma coisa estou certo: quem falou essas mentiras, aliado meu não é; pela própria natureza da fantasia, é coisa de inimigo¿, disse.

Para o tucano, a relação dos governadores de oposição com o governo tem de se pautar pelo diálogo: ¿É claro que a gente tem de conversar; se eu, Aécio, Cássio, Ieda ou Teotonio falarmos com o presidente, isso não quer dizer cooptação. Temos de tratar de assunto do interesse administrativo de nossos Estados.¿ E afirmou que o PSDB ¿está fazendo oposição no lugar certo, no Congresso¿.