Título: Gabrielli mantém tom cauteloso sobre Bolívia
Autor: Costas, Ruth
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2007, Internacional, p. A10

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, minimizou os atos públicos promovidos na Bolívia em comemoração à nacionalização das reservas de petróleo e gás no país. ¿Não há surpresa nenhuma. Nada mudou em relação ao que foi acordado no contrato assinado entre a Petrobrás e a YPFB¿, disse Gabrielli, durante a Offshore Tecnology Conference, que acontece esta semana em Houston, nos EUA.

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que também participou do evento, endossou: ¿As comemorações são referentes à aprovação dos contratos pelo Congresso boliviano; são um ato simbólico que não altera em nada o que foi negociado¿, disse, lembrando que ainda estão em andamento as negociações a respeito das duas refinarias da Petrobrás na Bolívia. ¿Isso ainda não está fechado¿, emendou.

Pelo contrato firmado em 24 de outubro de 2006, as empresas que operam no país pagam 50% de taxas (royalties, impostos e participações especiais sobre a produção de petróleo) e compartilham o lucro sobre a produção com a estatal boliviana, a YPFB, excluindo os custos fixos de produção. Pelo contrato coube à Petrobrás uma fatia em torno de 20% da produção de cada campo de petróleo e gás, em vez de apenas 5% com os quais ficaria na versão inicial da lei de nacionalização. ¿Reafirmo o que estamos repetindo desde outubro: o contrato traz rentabilidade à Petrobrás¿, frisou Gabrielli.