Título: 'Pagar aluguel é como queimar dinheiro'
Autor: De Chiara, Márcia
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2007, Economia, p. B1
Foi exatamente a possibilidade de assumir um crédito imobiliário com prestações fixas que fez o empresário Márcio José Aprigio, de 38 anos, comprar o primeiro imóvel. Cansado de pagar aluguel, ele decidiu se arriscar num financiamento de 20 anos para adquirir uma casa no valor de R$ 260 mil.
¿Sempre morei em casa de aluguel¿, diz Aprigio. Ele deu R$ 40 mil de entrada e vai pagar uma prestação mensal fixa de R$ 1,7 mil. A prestação é ligeiramente maior do que ele gastava por mês com aluguel (R$ 1,6 mil). ¿Dinheiro de aluguel é como dinheiro gasto em cigarro, é queimado¿, compara.
Antes de fechar negócio com o banco que financiou a compra em prestações fixas, Aprigio consultou outras instituições financeiras. Optou por esse tipo de financiamento porque achou que era mais seguro. ¿É arriscado não saber ao certo quanto se vai pagar.¿
Com a prestação fixa, o empresário diz que consegue se planejar melhor. Isto é, sabe perfeitamente se a mensalidade é compatível com a sua renda. ¿Nem olhei os juros¿, diz.
Na prática, o movimento que ocorre hoje na venda de imóveis em planos prefixados é idêntico ao financiamento oferecido pelas grandes redes de eletrodomésticos e móveis, como as Casas Bahia. Nesse tipo de empréstimo, o comprador só olha se a prestação ¿cabe¿ na renda.
Animado com a compra, Aprigio diz que pretende adquirir outros imóveis com essa mesma forma de financiamento. ¿É um plano mais seguro.¿
Anos atrás, ele lembra que passou por momentos de insegurança quando adquiriu um carro, cujo financiamento era atrelado ao dólar. Do dia para a noite, o câmbio disparou e ele teve de pagar uma prestação com valor muito superior ao planejado. ¿Entrei na Justiça para reaver a diferença e até hoje não recebi nada.¿