Título: Brasil questiona taxa peruana
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2007, Economia, p. B7

O Brasil está se queixando das barreiras impostas contra a exportação de têxteis para o Peru. Lima estabeleceu medidas antidumping contra produtos brasileiros, que diz serem exportados por valor inferior ao do mercado nacional. As empresas brasileiras moveram ação na Justiça peruana contra a barreira, mas o governo não descarta levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ontem, o diretor do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Furlan, esteve reunido na sede da OMC, em Genebra, com uma delegação peruana. O governo brasileiro quer resolver o problema sem ter de esperar a decisão da Justiça de Lima ou aguardar meses para uma definição da OMC. Furlan, porém, não descarta que, em caso de impasse na disputa, os árbitros internacionais sejam considerados.

Os peruanos estabeleceram sobretaxa de 9% sobre os têxteis nacionais, o que impede a entrada do produto e atinge empresas como Vicunha e Santista. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o mercado peruano é um dos que mais crescem na região.

Há uma semana, o governo brasileiro anunciou que subiria as tarifas de importação de produtos têxteis de 20% para 35%. O objetivo seria proteger as indústrias nacionais que estariam sofrendo com a entrada massiva de produtos, principalmente da China.

PIRATARIA

A União Européia e o México se uniram aos Estados Unidos na disputa aberta na OMC contra a pirataria na China. Mexicanos e europeus se aliaram a canadenses e japoneses como terceiras partes. O Brasil, onde cerca de 75% dos bens falsificados são de origem chinesa, ficou de fora.

Os americanos decidiram há um mês iniciar processo contra Pequim. O principal argumento é que os chineses não estão tomando medidas necessárias para evitar a proliferação da pirataria e suas exportações estariam afetando interesses de empresas americanas.