Título: 'Esperamos indenização justa'
Autor: Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/04/2007, Economia, p. B8

O presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que espera da Bolívia uma indenização justa pelas duas refinarias da estatal instaladas em território boliviano. O governo boliviano, dentro do plano de nacionalização, pretende assumiu o controle das duas unidades, localizadas em Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba.

'Esperamos uma indenização justa e prévia', disse Gabrielli. Ele acrescentou que, se a indenização que vier a ser oferecida não for considerada justa, a Petrobrás vai usar 'todos os mecanismos' para defender o ponto de vista brasileiro. 'Ninguém vai fazer negociação que não seja em valores equivalentes. Vamos fazer a defesa dos interesses da Petrobrás', declarou.

Gabrielli, entretanto, não quis comentar o teor da reunião da terça-feira entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente boliviano, Evo Morales, durante a 1ª Cúpula Energética Sul-Americana, organização pelo governo venezuelano. 'Estava presente, mas não vou falar de uma reunião privada', alegou.

O presidente da Petrobrás afirmou ainda que os novos investimentos da empresa na Bolívia dependem das garantias previstas nos contratos de operação dos campos assinados em outubro do ano passado. 'Os contratos que nós assinamos com o governo da Bolívia em 29 de outubro, e que passaram pelo Congresso (boliviano), dão a base para novos investimentos. Porém, precisam ser garantidos', disse. Segundo Gabrielli, se os contratos forem efetivados, as condições forem adequadas e não houver 'surpresa', novos investimentos serão estudados caso-a-caso.

Ele confirmou que há uma negociação com o governo da Bolívia sobre a indenização das refinarias e lembrou que a Constituição boliviana pressupõe uma indenização prévia e justa. Segundo Gabrielli, não há prazo para a conclusão das negociações.

Sobre a hipótese de ser realizada uma auditoria internacional para definir os valores, disse que não iria falar 'sobre hipóteses'. Informou, porém, que a Petrobrás contratou um banco que já tem uma avaliação de preço. 'Mas não posso dizer o valor e nem o nome do banco', disse.