Título: DEM cobra abertura de apuração no Senado já
Autor: Madueño, Denise e Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/05/2007, Nacional, p. A15

A oposição começou ontem ofensiva para apressar a instalação da CPI do Apagão Aéreo no Senado. Pelo acordo de lideranças, governistas têm até 15 de maio para indicar seus representantes. No entanto, o líder do DEM, José Agripino (RN), telefonou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrando a abertura imediata do inquérito. O próprio Renan admitiu que a CPI tornou-se irreversível.

O DEM e o PSDB querem que todos os líderes da base sejam ¿coerentes¿ e apontem logo seus representantes. Afinadas no discurso, as duas siglas dizem que não há motivo para o governo ter medo da CPI no Senado, uma vez que o foco da apuração não será a corrupção na Infraero, mas sim as causas do colapso do sistema aéreo.

O que preocupa o Planalto é a maioria frágil dos governistas na Casa, bem diferente da Câmara. No caso dos deputados, o time governista reúne 16 parlamentares, contra 8 da oposição. Na CPI do Senado, com 13 participantes, 8 serão da base e 5 do DEM e do PSDB. A depender do indicado do PDT, porém, os dois times poderão ficar numericamente empatados. Com um governista no comando do inquérito, o plenário ficaria com sete senadores da base.

Agripino diz que, pela regra da proporcionalidade, caberá ao DEM (a segunda maior bancada) apontar o relator. Mesmo que o PMDB abra mão da presidência a que tem direito por ser o maior partido na Casa, a oposição não tem interesse no cargo para não perder voto. Peemedebistas admitiram a hipótese de desistir do posto, mas ponderaram que o cenário só será posto na mesa de negociação como fruto de entendimento, em que a oposição se comprometeria a indicar nomes que não tenham perfil radical.