Título: Sarkozy amplia vantagem em pesquisas e sofre ataques da rival
Autor: Sant¿Anna, Lourival
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/05/2007, Internacional, p. A21
A dois dias do segundo turno da eleição presidencial, que se realiza amanhã, as pesquisas de opinião aumentaram ontem a vantagem do candidato direitista Nicolas Sarkozy sobre sua adversária socialista, Ségolène Royal. A diferença agora, segundo as sondagens dos principais institutos de pesquisa, vai de 8 a 9 pontos porcentuais, quando no início da semana estava entre 4 e 6.
Pesquisa do instituto TNS Sofres atribui 54,5% dos votos válidos a Sarkozy e 45,5% a Ségolène. Já o instituto Ipsos prevê 55% para o candidato de direita e 45% para a socialista. ¿É difícil imaginar que a tendência se reverta¿, disse Brice Teinturier, vice-diretor do TNS Sofres. Até assessores de Ségolène admitiram que a situação é delicada. ¿Tenho dito que, se a diferença fosse de mais de cinco pontos, o segundo turno seria difícil¿, comentou Julien Dray, da equipe da deputada.
Os dados são coerentes com as pesquisas segundo as quais a maioria dos eleitores considerou que Sarkozy foi mais convincente no debate realizado na noite de quarta-feira. De acordo com uma nova sondagem, divulgada ontem pelo TNS Sofres, 44% dos telespectadores consideraram que Sarkozy se saiu melhor, enquanto 35% acham que foi Ségolène. Além disso, 3% declararam que o debate os fez mudar de idéia.
Conforme se avolumavam as más notícias, Ségolène se insurgiu contra as pesquisas, dizendo que elas não eram de confiança, e elevou o tom de suas acusações ao adversário.
¿É minha responsabilidade hoje alertar as pessoas sobre o risco da candidatura dele (Sarkozy) em relação à violência e à brutalidade que se desencadearia no país¿, declarou ontem a candidata, durante uma viagem pela região Bretanha, noroeste do país. ¿O candidato da direita é um perigo para a unidade da República, para a paz social, para os serviços públicos.¿
Sarkozy, normalmente agitado e ferino, reagiu com a placidez adotada nos últimos dias. ¿Tenho dito à madame Royal que a política deve ser feita dentro do respeito, da tolerância, da união, da mão estendida e do apaziguamento¿, disse o ex-ministro do Interior, durante visita ao Plateau des Glières, no sudeste do país, cenário de heróica batalha da resistência francesa durante a 2ª Guerra Mundial.
¿Vejo que ela termina na violência, numa certa forma febril. A França merece outra coisa. Quando ouço suas declarações, me digo, por que uma mulher dessa qualidade carrega sentimentos tão violentos?¿