Título: Produção industrial consolidada
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/05/2007, Economia, p. B2
A produção industrial brasileira, na série livre de influências sazonais, apresentou, segundo o IBGE, crescimento de 1,2% em março, sobre fevereiro, numa seqüência de seis resultados positivos mensais, o que permite dizer que o setor secundário está num processo de crescimento sólido, e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reconhece isso na sua última sondagem.
Cumpre assinalar que 15 das 23 atividades pesquisadas apresentaram desempenho positivo. Analisando a produção pelas categorias de uso, o único setor que apresentou uma queda, de 0,4%, foi o de bens de capital, basicamente por causa do subsetor de material eletrônico e aparelhos de comunicações.
O que nos dá um retrato melhor dessa evolução são os dados do trimestre, comparados com os do mesmo período do ano anterior, que mostram, para a produção industrial acumulada, crescimento de 3,8%, com destaque para os bens de capital, cuja produção teve aumento de 14,8%, e para os equipamentos de informática, com 35,3%.
Os bens intermediários, que têm maior peso na produção industrial, apresentaram também crescimento de 3,8% no trimestre, com destaque para alimentos (8,4%), metalúrgica básica (9,1%) e veículos automotores (8,4%). Trata-se de um setor que sofre menos com a concorrência internacional.
Esta concorrência é muito forte no caso de alguns bens de consumo duráveis, cuja produção industrial, no entanto, apresentou no trimestre crescimento de 2,3%, que se deveu essencialmente aos equipamentos de transporte, com crescimento de 27,9%, excluídos os veículos automotores e as máquinas e equipamentos sem fins industriais, com crescimento de 25,9% por causa da melhora do poder aquisitivo, que se refletiu também no mobiliário (12,8%), enquanto em material eletrônico e de comunicações houve uma queda de 35,6%.
A produção de bens não-duráveis e semiduráveis apresentou, no trimestre, crescimento de 1,3%, que se concentrou em alimentos (3,7%), bebidas (5,6%) e artigos de perfumaria (9,2%), enquanto outros setores acusaram redução sob a pressão dos importados.
A sondagem industrial da CNI mostrou que os estoques de produtos finais ficaram estáveis no trimestre, enquanto a utilização da capacidade instalada caiu de 76% em 2006 para 73% este ano, sem que, no entanto, se possa antever um ¿gap¿ entre demanda e produção.