Título: Juro para imóvel cairá para 8,66%, diz Caixa
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/05/2007, Economia, p. B4

A Caixa Econômica Federal esclareceu ontem que os juros cobrados nos empréstimos habitacionais para famílias com renda mensal entre R$ 3,9 mil e R$ 4,9 mil, que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), vão cair de 10,16% ao ano mais TR (Taxa Referencial) para 8,66% mais TR. O corte vale para as operações novas e será implementado nos próximos dias, informou a instituição.

Anteontem, os ministérios do Trabalho e das Cidades, ao final da reunião do Conselho Curador do FGTS, anunciaram que a taxa cairia de 8% mais TR para 6,5% mais TR. Mas, esclareceu a Caixa, esses números não são o juro final. Eles se referem à rentabilidade mínima que o FGTS recebe ao repassar os recursos para a Caixa - que, por sua vez, o empresta aos mutuários. O juro cobrado do mutuário é um pouco maior, pois o banco acrescenta uma remuneração para cobrir custos administrativos, margem de lucro e o risco de inadimplência.

Por isso, o juro na ponta era de 10,16% e agora será de 8,66%, segundo informou a Caixa. Assim, a instituição financeira repassará aos tomadores finais dos créditos, integralmente, a queda de 1,5 ponto porcentual decidida pelo Conselho.

Além de cortar o juro à casa própria, o Conselho Curador reduziu o custo dos financiamentos para obras de água e esgoto. O corte nos juros foi feito para acompanhar a queda da taxa básica da economia brasileira (Selic), que vem sendo reduzida pelo Banco Central desde setembro de 2005.

Na casa própria, a redução atingiu as chamadas operações especiais, nas quais são financiadas as famílias com renda mensal de R$ 3,9 mil a R$ 4,9 mil.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que o conjunto de medidas para habitação e saneamento anunciado na quinta-feira com recursos do FGTS não traz risco 'nenhum' para o patrimônio do fundo. 'O patrimônio do fundo é garantido pela Caixa (Econômica Federal)', disse o ministro.

O Conselho Curador do FGTS, presidido por Lupi, decidiu também diminuir as contrapartidas de Estados, municípios e empresas públicas e privadas para investimentos em saneamento com recursos do fundo. Segundo Lupi, as medidas vão aumentar a produção e o investimento em construção civil.