Título: RS já trata a violência como questão de saúde
Autor: Nogueira, Rui e Weber, Luiz
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/04/2007, Nacional, p. A4

O governo do Rio Grande do Sul decidiu tratar a violência como questão de saúde, antecipando iniciativa que o governo Lula também quer adotar, por meio do PAC da Segurança. O projeto, em 50 cidades gaúchas, vai mapear bairros que apresentam os maiores índices de acidentes, agressões, homicídios e latrocínios, entre outras ocorrências. A partir desse resultado, vai atuar em prevenção.

Equipes de programas como Saúde da Família e Primeira Infância poderão identificar precocemente e tratar comportamentos agressivos, transtornos mentais e consumo de drogas ou álcool. 'Problemas como esses estão na raiz das principais causas de mortes violentas', destaca o secretário da Saúde, Osmar Terra, revelando que a meta é conseguir reduzir em 20% os índices de violência de cada um desses municípios, dentro de quatro anos.

Todas as ações preventivas estão abrigadas no Programa de Prevenção da Violência, lançado em fevereiro pela governadora Yeda Crusius (PSDB). A coordenação é da Secretaria da Saúde, mas também participam as pastas de Segurança, Justiça e Desenvolvimento Social, Cultura, Turismo, Planejamento e Administração.

CRUZAMENTO

O mapeamento terá cruzamento de dados - o perfil dos 25 mil condenados do Estado, o cadastro das delegacias de polícia e os prontuários de 50 hospitais-sentinela. Os bairros mais violentos serão identificados até o início do segundo semestre.

Antes mesmo da identificação de pontos críticos e das causas da violência, a prevenção será aplicada em alguns municípios. Santa Cruz do Sul, no centro do Estado, deve ser a pioneira, a partir das próximas semanas, por já ter constituído o seu Comitê de Prevenção da Violência. Depois, gradativamente, o programa chegará a 50 das 496 cidades do Rio Grande do Sul.