Título: CPI não impede diálogo com a oposição, afirma Lula
Autor: Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/04/2007, Nacional, p. A8

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem no Chile que não vai interromper o diálogo com a oposição por causa da CPI do Apagão Aéreo ou das críticas do PT aos tucanos. Disse não ter medo de CPI e insistiu em que o essencial é consolidar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Desenvolvimento da Educação. Prometeu, ainda, lançar um 'paczinho social' e outro 'paczinho da saúde'.

'Se alguns setores da oposição precisam de CPI para fazer seu papel no Congresso, eu entendo isso como normal', declarou. Lula citou a queda das taxas de juros e o aumento das reservas do País, para dizer, em tom irônico, que compreende as razões dos adversários.

'Enquanto a oposição pensa em fazer CPI, eu vou pensando em construir o Brasil', afirmou. 'É assim que eu penso e não mudarei meu comportamento por causa de uma, duas, três ou quatro CPIs. Respeito a oposição e vou tratá-la como ela merece.'

Ele não quis comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar instalar a CPI do Apagão Aéreo na Câmara, alegando não ter o hábito de dar opinião sobre julgamentos. 'CPI é um instrumento minoritário contra a maioria. Se eu fui minoria tanto tempo e pedi CPI contra os outros, por que haveria de ficar zangado com pedidos de CPI contra o governo?'

Lula procurou ainda amenizar a resolução do Diretório Nacional do PT, que critica seu governo e destaca que o partido fará 'firme oposição' aos governadores do PSDB. 'A gente não pode secundarizar o prioritário. E o prioritário, neste instante, é consolidar o PAC e o Plano de Desenvolvimento de Educação. Vamos lançar também um paczinho de políticas sociais e outro paczinho de saúde.'