Título: Tucano ameaça lançar candidatura de protesto à presidência da comissão
Autor: Domingos, João e Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2007, Nacional, p. A4

Às vésperas da instalação da CPI do Apagão Aéreo, os deputados tucanos não se entendem em relação à presidência da comissão. Enquanto o deputado Vanderlei Macris (SP) promete lançar hoje sua candidatura de ¿protesto¿ para presidir a CPI, o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), mostrou-se contrário à iniciativa.

¿Não vejo nenhum sentido maior para uma candidatura de protesto¿, afirmou ontem, após reunir-se com líderes partidários e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele argumentou que o regimento interno é claro e cabe ao PMDB, maior partido da Casa, presidir a CPI. ¿Se o PMDB não abrir mão de presidir a CPI, não dá para disputarmos o cargo¿, disse o líder tucano.

¿Sabemos que regimentalmente não podemos presidir a CPI, mas vamos avaliar o lançamento da candidatura de protesto do Macris¿, observou o líder da minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS). ¿Estamos estranhando o governo tentar impor com quem fica a relatoria e a presidência da CPI. Por isso, há uma possibilidade de eu apresentar a minha candidatura¿, afirmou Macris.

Os tucanos também não conseguem se entender com o DEM, que ameaça recorrer ao Supremo Tribunal Federal para ficar com a relatoria. O partido alega que, com o PSDB, é o segundo maior bloco da Câmara e, portanto, tem direito a indicar o relator. Os tucanos são contra essa proposta.

¿É natural que haja essa divisão entre os partidos do governo e também na oposição. É o prenúncio de 2010, que, com o fim da verticalização, abre espaço para divergência¿, afirmou o vice-líder do DEM, José Carlos Aleluia (BA). DEM e PSDB também não chegaram a acordo sobre a ordem dos depoimentos. O líder do DEM, deputado Onyx Lorenzoni (RS), quer chamar logo os diretores da Infraero. Pannunzio é a favor de que as investigações comecem pelos controladores.