Título: 'A regra é essa e será observada'
Autor: Domingos, João e Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2007, Nacional, p. A4

O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), diz que, apesar da composição, a CPI do Apagão não será governista. ¿A regra do jogo é essa e tem de ser observada¿, justifica ele, em defesa da proporcionalidade. O deputado descarta, por ora, investigar a Infraero e avisa à oposição que não haverá espaço para ¿chacrinha ou palanque¿.

Há quem diga que, com o comando da CPI nas mãos do PMDB e a relatoria com o PT, a tendência é ser uma CPI governista ou chapa-branca. O sr. concorda?

Aqui não tem CPI ou outra comissão que seja governista ou de oposição. Não pode alguém com pequena bancada querer fazer papel de grande bancada. A proporção precisa ser respeitada. Tem aqueles achando que o número de deputados de governo e oposição é a parte decisiva na CPI. O decisivo em CPI é a seriedade dos fatos. Agora, não vamos partir do pressuposto de que é preciso desconstituir o direito de proporcionalidade para que a oposição possa surfar ao seu modo. A regra do jogo é essa e tem de ser observada.

Para o senhor, a composição não atrapalha as investigações?

Em nenhuma investigação atrapalha, quando ela é consistente, baseada em fatos contundentes e irrefutáveis. A investigação que não dá certo é a que tem origem no denuncismo e na politicagem.

Há alguma posição do governo sobre investigar a Infraero?

O pedido da CPI é para investigar a crise da aviação, os atrasos, os problemas no apagão. Na questão que envolve a Infraero, a oposição foi tão sem originalidade que copiou relatórios do TCU. Os fatos não são novos e estão sendo apurados.

O que se deve esperar da CPI?

De nossa parte, uma investigação séria, se a vontade de investigar for presa ao fato determinado que motivou a realização da CPI. Só não vamos titubear em barrar aqueles que querem fazer chacrinha, discurso, palanque ou desviar o foco.