Título: Cade examina se há 'duopólio'
Autor: Sant¿Anna, Lourival
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2007, Economia, p. B13
A compra da Varig pela Gol intensificou no mercado as queixas de que se estaria consolidando um ¿duopólio¿ no País. TAM e Gol somam agora 92% do mercado. Mais importante do que esse número é o domínio delas sobre o Aeroporto de Congonhas, o maior do País. Ele é estratégico não apenas por causa do imenso volume de passageiros partindo e chegando a São Paulo, que querem evitar o trânsito até o Aeroporto de Guarulhos. Mas também porque, com mais vôos em Congonhas, uma companhia pode usá-lo como hub: passageiros vêm de diversas partes do País, e aqui fazem escalas ou conexões para outros lugares. É o que acontece com um terço dos passageiros da TAM e da Gol que transitam pelo aeroporto. ¿Congonhas é uma questão de sobrevivência¿, diz o executivo de uma companhia menor. A redistribuição por sorteio em outubro de 24 slots em Congonhas foi frustrada pela Vara Empresarial do Rio, que os manteve com a VRG. Agora, ao comprá-la, é como se a Gol tivesse pegado um ¿atalho¿ até esses vôos, dizem concorrentes. A compra será julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas o especialista Celso Campilongo, ex-conselheiro do Cade, acha que a divisão do bolo em duas grandes companhias não impede a concorrência, e que outras podem crescer. ¿O caso Gol mostra que não é tão difícil entrar nesse mercado¿, diz Campilongo. ¿A Gol está comprando a companhia que era líder quando ela surgiu.¿