Título: MST pede proteção da PM contra milícia
Autor: Tomazela, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/04/2007, Nacional, p. A15

Um dia depois de terem invadido, na quinta-feira, a Fazenda Santa Cruz, em Mirante do Paranapanema, no Pontal, integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) pediram proteção à Polícia Militar. Eles alegam que estão sendo ameaçados por uma milícia armada.

De acordo com o coordenador estadual Valmir Ulisses Sebastião, os ocupantes de dois veículos tipo Blazer de cor escura se aproximaram do acampamento e ameaçaram os sem-terra. ¿Disseram que voltariam à noite.¿ Na mesma hora, segundo ele, um grupo de cavaleiros também se aproximou e fez gestos ameaçadores. ¿No total, eram 11 pessoas.¿ Ele entrou em contato com a PM para pedir providências. ¿Temos famílias com crianças nos barracos e nossas ações são pacíficas.¿

A polícia esteve no local, mas apenas para dar apoio a um oficial de justiça, incumbido de notificar os sem-terra de que terão de deixar a área até amanhã. A Justiça deu liminar em ação de reintegração de posse movida pela proprietária da fazenda, Elza Kurata. Ela negou qualquer ameaça aos sem-terra.

REFORÇO

Em Iaras, no sudoeste de São Paulo, o MST reforçou ontem a invasão da Fazenda Capivara, dois dias depois que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região concedeu a imissão de posse para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Cerca de 80 sem-terra se juntaram aos 120 militantes que já estavam nas terras. A área, de 8 mil hectares, está inserida no Núcleo Colonial Monções, onde ficam terras públicas federais que, segundo o Incra, foram apossadas por particulares.

Ontem, o Incra tomou posse também da Fazenda Maracy, em Agudos, em razão de sentença dada pela 1ª Vara da Justiça Federal. A decisão é a primeira com base no rito sumário, pelo qual a imissão de posse sai 48 horas após ajuizamento da ação de desapropriação. Na área serão assentadas 60 famílias.