Título: Conservador rompeu com Chirac
Autor: Sant'Anna, Lourival
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/05/2007, Internacional, p. A18
Nicolas Sarkozy, ex-ministro do Interior e presidente do partido União pelo Movimento Popular, atualmente no poder, é um nacionalista empedernido e se apresenta como uma alternativa à elite governante na França.
Ex-afilhado do atual presidente Jacques Chirac, Sarkozy caiu em desgraça com seu mentor em 1995, quando apoiou o rival de Chirac, Eduoard Balladur, na corrida presidencial. Sarkozy reconquistou o apoio de Chirac em março, o que marcou o fim de cerca de uma década de tensões entre os dois.
Sarkozy, de 52 anos, nasceu em Paris, filho de mãe francesa e pai húngaro que fugiram para a França depois que a Rússia invadiu a Hungria em 1944. Cresceu em Neuilly-sur-Seine, cidade de classe alta a noroeste de Paris.
Depois de se formar em Direito pela Universidade de Paris X, estudou Ciências Políticas no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Sarkozy foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados aos 26 anos, e se especializou em direito empresarial.
Sarkozy iniciou sua carreira política quando ainda estudava. Foi eleito vereador em Neuilly em 1977, aos 22 anos. Em 1983, elegeu-se prefeito, permanecendo no cargo por quase duas décadas, até 2002. Em 1993, fez sua estréia nacional como ministro do Orçamento e porta-voz do primeiro-ministro Balladur. Depois da eleição de Chirac, em 2002, Sarkozy foi nomeado ministro do Interior. Deixou o cargo em março deste ano.
Sarkozy é pró-EUA e apóia o intervencionismo, assim como a economia de livre mercado. Foi ministro das Finanças por um curto período em 2004, quando usou verbas públicas para salvar da falência a empresa de energia e infra-estrutura de transportes Alstom.
Sarkozy foi criticado pela dura repressão aos tumultos na periferia de Paris, em 2005. Por causa disso, surgiram pedidos para que ele renunciasse ao cargo de ministro do Interior. Ele ganhou a antipatia generalizada das comunidades marginalizadas dos subúrbios de Paris por ter se referido aos jovens que queimavam e destruíam carros como 'escória'. Antes, Sarkozy já tinha se oposto à proposta da Turquia de integrar a União Européia e assumido uma posição implacável em relação à imigração ilegal.