Título: Rodoanel recebe selo verde, mas obras estão paradas desde setembro
Autor: Inacio, Alexandre
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/05/2007, Nacional, p. A6

O Rodoanel Mário Covas (SP-21) ganhou selo verde no balanço do PAC, embora tenha obras paradas há meses. Ontem, o governo paulista informou que a previsão é reiniciar os trabalhos no trecho sul no próximo dia 15.

No momento, o governo do Estado finaliza acordo com as empreiteiras que venceram a licitação para construção dos 61,4 quilômetros de extensão da via expressa que vai da rodovia Régis Bittencourt, no final do trecho oeste, até a Avenida Papa João XXIII, em Mauá, região do ABC, passando pelo complexo Anchieta-Imigrantes.

As obras estão suspensas desde o ano passado. No dia 19 de setembro, o governo do Estado deu início à frente de trabalho, com a presença do então governador, Cláudio Lembo, no canteiro localizado no km 28 da Via Anchieta, em São Bernardo. Dias depois os trabalhos foram suspensos. No local há apenas um buraco, pedras e placa indicativa da obra. Desde então nada mais foi realizado. Mesmo assim a previsão de conclusão de toda extensão está mantida para setembro de 2010.

O acordo em discussão com as empreiteiras mantém as mesmas companhias que venceram a licitação. Deve ser modificado apenas o modo de cobrança, que está definido em preço unitário e será alterado para preço global. De acordo com a Secretaria de Estado dos Transportes, não haverá modificação no custo final - orçado em R$ 3,5 bilhões, incluindo construção de pistas, desapropriações, reassentamentos e compensações ambientais.

O governo do Estado informou que terá disponíveis para a obra R$ 1,2 bilhão provenientes de acordo com o Banco Nossa Caixa, além de dinheiro que virá da concessão do trecho oeste e de R$ 1,2 bilhão previsto no PAC. São Paulo espera quatro parcelas anuais de R$ 300 milhões de recursos da União.

Havia risco de essa verba não ser viabilizada. O governador José Serra cogitou usar o sistema de concessão à iniciativa privada também no trecho sul - ele já foi adotado no trecho oeste. Seria uma forma de obter financiamento para as obras. O governo Lula ameaçou suspender sua participação no projeto e a idéia da concessão não foi adiante.