Título: Presidente da CUT critica Fórum e Marinho reage
Autor: Sobral, Isabel e Oliveira, Ribamar
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/05/2007, Economia, p. B7
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, fez ontem duras críticas ao Fórum Nacional da Previdência Social, que, segundo ele, está 'com uma visão muito fiscalista', preocupado apenas em reduzir as despesas para melhorar as contas previdenciárias. 'Queremos olhar a questão pelo lado das receitas, pois a saída é a inclusão de mais pessoas no sistema previdenciário', disse.
O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, que já foi presidente da CUT, respondeu às críticas em tom áspero. Marinho disse que, em primeiro lugar, a avaliação de Arthur Henrique de que o governo está preocupado em encontrar soluções para as contas previdenciárias era 'uma desinformação'. 'O Fórum é para olhar o horizonte de longo prazo e não para o curto prazo', afirmou. 'Queremos estabelecer regras para nossos filhos e netos.'
A proposta do presidente da CUT foi a de que o governo busque a inclusão na Previdência de 3% dos trabalhadores que não possuem carteira assinada. Para Arthur Henrique, a receita cresceria R$ 3 bilhões, o que equilibraria as contas. Para a CUT, o déficit é de R$ 4 bilhões, e não os R$ 45 bilhões oficiais.
Marinho disse que a sugestão do presidente da CUT 'faz parte da obviedade' e que o governo vem lutando pela inclusão de mais trabalhadores na Previdência, como mostram os números de aumento do emprego formal. O ministro ironizou até mesmo a sugestão da inclusão de 3% dos trabalhadores. 'Se isso fosse tão simples assim alguém já teria feito.'
Para ampliar a inclusão previdenciária, Arthur Henrique defendeu que o governo estabeleça a obrigatoriedade das empresas que recebem financiamento oficial no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de contratar trabalhadores com carteira assinada. 'Que eu saiba, a lei obriga as empresas a registrar os trabalhadores', rebateu Marinho. O presidente da CUT quer também reduzir os encargos sobre a folha de salários. 'Vamos discutir essa questão', disse Marinho.