Título: Agronegócio e máquinas puxam expansão industrial
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/05/2007, Economia, p. B10

As regiões produtoras de bens de capital ou vinculadas ao setor agrícola apresentaram os melhores desempenhos regionais da indústria em março. Os Estados da Região Sul mostraram bons resultados, impulsionados pela reação da agricultura, cuja crise abalou a economia local em 2005 e no ano passado. Oito das 14 regiões do País pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram aumento na produção em março ante fevereiro. Em relação a março do ano passado, 11 regiões tiveram desempenho melhor.

Segundo a economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Isabella Nunes, a indústria de São Paulo, que tem maior peso na pesquisa, representou o maior impacto de alta para o setor na média nacional. Na semana semana passada, o IBGE divulgou que a produção brasileira cresceu 1,2% em março ante fevereiro e 3,9% ante março de 2006.

Mesmo com impacto positivo na média geral, sob a influência importante dos bens de capital, a indústria paulista mostrou resultados abaixo dos nacionais, com estabilidade na produção ante fevereiro e crescimento de 2,2% ante março do ano passado. A indústria de Minas Gerais, segundo maior impacto de alta, cresceu respectivamente 5,3% e 7,8%, puxada por automóveis e metalurgia.

O Estado do Paraná, terceiro maior impacto de alta na comparação com igual mês do ano anterior, elevou a produção em 11,4% em março, com destaque para segmentos vinculados ao setor agrícola, como adubos e fertilizantes, e bens de capital (máquinas e equipamentos). No Rio Grande do Sul, o quarto principal impacto, a produção aumentou 7,4%, impulsionada por máquinas e equipamentos para o setor agrícola, autopeças e automóveis.

Isabella destacou que, no acumulado do primeiro trimestre deste ano, as principais acelerações de crescimento, em relação ao quarto trimestre do ano passado, ocorreram nos Estados da Região Sul, sob impacto do setor agrícola e de bens de capital. O Rio Grande do Sul, por exemplo, que teve expansão de 1,4% no quarto trimestre de 2006, cresceu 6,4% no primeiro trimestre de 2007.

Já alguns Estados das Regiões Norte e Nordeste puxaram para baixo o desempenho da indústria no acumulado do ano. No primeiro trimestre, o Ceará acumulou recuo de 4,2%, especialmente por causa de paralisação no segmento de petróleo. No Amazonas, a queda acumulada foi de 2,5%.

Isabella explicou que 40% da indústria amazonense é de material elétrico e comunicações e houve, mais uma vez, recuo na produção de celulares e televisores. Segundo ela, o Amazonas tem sido prejudicado também pela base de comparação elevada do ano passado.