Título: 'Podemos suportar o dólar até a R$ 1,70'
Autor: Chiarini, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/05/2007, Economia, p. B9

O empresário Antonio Ermírio de Moraes acredita em crescimento da economia acima de 5% em 2007. Sobre o câmbio, Ermírio disse que o Grupo Votorantim se preparou e admitiu que as exportações ainda continuarão lucrativas até uma cotação em torno de R$ 1,70.

¿Nos preparamos com aumento da produtividade, e buscando fabricar produtos cada vez mais baratos. Isso é fundamental, a busca da eficiência é a maior defesa da indústria. Vamos exportar cerca de US$ 6 bilhões em 2007, um recorde na história do grupo. O que ganhamos reinvestimos, quase na totalidade¿, afirmou Ermírio.

Segundo o empresário, a economia brasileira atual surpreende, e ¿está indo muito bem¿. ¿E deve ficar melhor ainda com o Plano de Aceleramento do Crescimento, o PAC. Tenho confiança que o crescimento vai continuar.¿

A seguir, trechos da entrevista exclusiva ao Estado.

O dólar se desvaloriza e o real se valoriza. Como o sr. vê essa situação? O Grupo Votorantim está tendo prejuízo com o câmbio?

Quem procurou trabalhar com afinco, se precavendo ante a possibilidade da queda do dólar, ganhando em produtividade e aproveitando os ajustes para cima nos preços das commodities continua ganhando. No Grupo Votorantim não há prejuízo nas exportações com um dólar mais barato.

O Grupo Votorantim, principalmente a sua área de exportação, pode suportar o dólar em que limite?

Acredito que podemos suportar as exportações até com um valor de R$ 1,70. Acho que o limite é por aí.

O Grupo Votorantim aprendeu isso na outra crise do câmbio?

Você tem de crescer, tem de aproveitar o dólar alto, mas deve pensar que tem de reduzir o preço de seu produto. Tem de aumentar a produtividade, produzir bem, com qualidade e sempre mais barato. É isso que procuramos fazer aqui.

Quer dizer que o sr. não reclama do câmbio atualmente?

Não posso reclamar do câmbio no momento, pois estamos exportando, por exemplo, 40% da produção de alumínio. Os demais 60% ficam no mercado interno, que está muito bom também. O câmbio está bom, e continuamos exportando bem. As empresas eficientes vão continuar exportando e ganhando.