Título: Petrobrás pesquisa campos em Portugal
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/05/2007, Economia, p. B16

A Petrobrás assinou ontem um acordo para a pesquisa de petróleo na costa portuguesa. Com validade de 8 anos, o acordo prevê a exploração de quatro campos na Bacia Lusitaniana e coloca a Petrobrás no comando do consórcio, com 50%, deixando 30% para a Galp e 20% para a Partex, duas empresas portuguesas.

Segundo o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, trata-se de exploração em águas profundas, de até 3 mil metros. Ele estima um prazo de 4 a 5 anos para verificar a viabilidade dos campos. ¿Temos um estudo em sistema 2D (duas dimensões). Temos de fazer uma coleta 3D e a partir daí vamos tomar a decisão de perfurar. Com os resultados, podemos estabelecer o plano de desenvolvimento, que leva de 4 a 5 anos, no mínimo¿, disse ele.

Segundo o governo português, para a pesquisa dos quatro campos, num total de 12 mil quilômetros quadrados, será preciso investir de US$ 150 milhões a US$ 300 milhões, dependendo das condições geológicas do terreno. Como contrapartida, a Petrobrás deverá assinar acordos de pesquisa e desenvolvimento com duas universidades portuguesas.

O acordo foi fechado diretamente com o governo português. ¿Depois de oito anos, 75% das reservas voltam a pertencer ao Estado português¿, afirmou o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho.

A Petrobrás é associada das duas empresas na prospecção de petróleo no Brasil, tanto em águas profundas como em terra firme.

É o segundo acordo de pesquisa da Petrobrás na Europa. ¿Também estamos na Turquia, no Mar Negro, num investimento de alto risco. Como é de alto risco podemos ter um alto retorno¿, diz Gabrielli.

BIOCOMBUSTÍVEIS

Também ontem, a Petrobrás e a Galp fecharam um acordo na área de biocombustíveis. As duas empresas vão desenvolver uma plataforma de produção de biodiesel de segunda geração, que pode substituir o diesel comum.

¿É uma declaração de intenções em que vamos aprofundar estudos para a coordenação da produção, processamento, transporte e das cadeias de distribuição. Pretendemos intervir desde a compra das sementes de oleaginosas até a colocação do combustível no tanque. Com o acordo, pretendemos chegar a uma integração até a distribuição na Europa¿, conta Gabrielli.

Segundo as metas traçadas pelo governo português, até 2011 o país terá necessidade de 600 mil toneladas de biodiesel. Para a sua produção, as duas empresas pretendem produzir parte das sementes em Angola e Moçambique.