Título: Para senador, Bolívia rompeu acordo
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/05/2007, Economia, p. B4

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-diretor da Petrobrás, avaliou ontem que a decisão da Bolívia de assumir a exportação de petróleo bruto reconstituído, reduzindo as receitas das refinarias da Petrobrás, abre espaço para que o Brasil renegocie outros acordos, como o feito em fevereiro que prevê reajuste do preço dos gases nobres que integram o gás natural exportado para o Brasil.

'Na minha leitura, há um rompimento do que foi acordado. O governo brasileiro e a Petrobrás especificamente têm razões suficientes para não aceitar qualquer tipo de negociação que foi feita porque eles (bolivianos) quebraram o acordo', acrescentou o senador.

O presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), espera que não seja um blefe a decisão do governo brasileiro de endurecer com a Bolívia na negociação de venda das refinarias. 'Se não for um blefe, é uma iniciativa louvável. Não dá para ficar à mercê dessas políticas demagógicas e inconseqüentes do governo boliviano, que não dá segurança jurídica nenhuma ao investidor estrangeiro.'

O líder da oposição na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), avaliou que o ultimato da Petrobrás à Bolívia é 'uma bravata'.

Para Aleluia, o governo brasileiro já deveria ter adotado medidas contra a Bolívia e levar a discussão sobre as refinarias para as cortes internacionais . 'O grande erro foi ter apoiado a ascensão de Evo Morales e não ter entendido que na campanha ele já sinalizava de forma hostil contra o Brasil.'