Título: Bolívia quer projeto com Braskem
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/05/2007, Economia, p. B4

Em meio à tensão entre os governos brasileiro e boliviano, o presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem que o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, viajará ao Brasil para discutir com a Braskem a possibilidade de desenvolver conjuntamente um complexo petroquímico em território boliviano.

Segundo Evo, Villegas vai se reunir com representantes da petroquímica brasileira na quinta-feira, com objetivo de avançar na industrialização do gás produzido na Bolívia.

'Na Bolívia, queremos criar uma nova empresa de industrialização de hidrocarbonetos, que será uma espécie de contraparte das empresas que querem investir no país e, de maneira conjunta, beneficiar bolivianos e empresas.' A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas da América Latina.

No dia 26 de abril, a Braskem anunciou o cancelamento de um projeto para fabricar polietileno na Bolívia. O investimento previsto era de US$ 1 bilhão. Na ocasião, José Carlos Grubisich, presidente da companhia brasileira, explicou que a Bolívia não oferecia boas condições para investimento. '(O projeto) está no freezer, congeladinho', afirmou ele, ao comentar a decisão.

'Para fazermos o investimento, temos de assegurar um fluxo de gás de cerca de 35 milhões de metros cúbicos por dia, porque a petroquímica pega parte desse gás para produzir plástico. É uma questão técnica', justificou.

Olho na Venezuela

De acordo com Grubisich, o principal foco da Braskem, no momento, é a Venezuela. No dia 16 de abril, a empresa brasileira e a estatal de petróleo venezuelana Pequiven anunciaram uma parceria no desenvolvimento de um projeto de US$ 3 bilhões.

O Complexo Petroquímico de Jose prevê a construção de duas fábricas de resinas termoplásticas, com início de operações previsto para o fim de 2009.