Título: Tucano ataca 'Estado policialesco'
Autor: Monteiro, Tânia e Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2007, Nacional, p. A4

Os protestos dos parlamentares contra a forma de agir da Polícia Federal na Operação Navalha saiu dos bastidores e ganhou a tribuna do Senado ontem. Munido de um dossiê que ele julga ser uma cópia censurada do inquérito da PF, entregue anonimamente em sua casa, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), protestou ontem contra a 'polícia política' e condenou o 'Estado policialesco' que promove 'vazamentos políticos, a conta-gotas' de um inquérito que corre em segredo de Justiça.

Ao exibir da tribuna uma cópia do inquérito 544-BA, referente à Operação Navalha, o líder tucano destacou que algumas páginas foram extraídas do documento e em vários trechos os nomes estavam cobertos por tarja preta. ¿Não se pode ter um governo que separe ladrão amigo de ladrão inimigo. Ladrão é ladrão¿, reclamou Virgílio, declarando-se inconformado com as tarjas pretas que, a seu ver, foram usadas para cobrir os nomes dos amigos.

Virgílio lembrou que a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, determinou que fossem retirados da peça elementos que não tivessem nada a ver com as investigações. ¿Mas, então, o que esses nomes e essas informações estavam fazendo lá?¿, perguntou. O líder tucano pediu ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que requisite a peça policial completa, já que a que recebeu está sem tomos inteiros. 'Acho que precisamos esclarecer, investigar. Estamos devendo isto ao Brasil', respondeu-lhe o presidente da Casa.

Virgílio criticou o vazamento do nome de Gilmar Mendes, para parecer que se tratava do ministro do Supremol, quando se sabia que a pessoa era outra. O objetivo, disse, foi atingir o ministro.