Título: Centro-Oeste tem salto em indicador
Autor: Chiarini, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/05/2007, Vida&, p. A19

As condições de vida no Centro-Oeste se aproximaram das do Sul e do Sudeste de 1995 a 2005. Já as do Norte e Nordeste ainda estão bem distantes. Esta última foi a região que mais evoluiu proporcionalmente no período, mas continua em pior situação social geral que as demais.

São os principais retratos obtidos com o Índice de Desenvolvimento Social (IDS) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Divulgado ontem pela primeira vez, o IDS é formado a partir de dados de saúde, educação e renda extraídos da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IDS vai de 0, a pior avaliação, a 1, a melhor.

Todas as regiões melhoraram no período, mas não uniformemente. De 1995 a 2005, o IDS do Nordeste subiu de 0,13 para 0,30. ¿Houve aumento de rendimento, mas o que explica (esse aumento) é educação e saúde¿, disse o superintendente da Secretaria de Assuntos Econômicos do BNDES, Ernani Torres, ao divulgar o índice.

O IDS do Sudeste passou de 0,64 para 0,74 e o do Sul passou de 0,54 para 0,68. Sudeste e Sul mantiveram suas posições, respectivamente, de liderança e segundo lugar no ranking das melhores condições sociais e melhoraram indicadores de educação e saúde. No caso do Sul, houve também aumento de renda. No indicador específico de renda, o do Sudeste começou e terminou o período em 0,76.

A região onde houve maior crescimento da renda foi o Centro-Oeste, com indicador saltando de 0,52 para 0,68. O BNDES não investigou as causas dessas variações de renda, mas é possível, no caso do Centro-Oeste, que isso se deva pelo menos em parte ao crescimento do agronegócio na região. Com isso, e também melhores resultados em educação e saúde, o IDS do Centro-Oeste, que em 1995 era de 0,44, relativamente próximo do índice da região Norte, cresceu para 0,61, bem perto do índice do Sul. ¿O Centro-Oeste sofreu profunda mudança nesse período¿, disse Francisco Ferreira, um dos autores do estudo.

O índice do Norte passou de 0,32 para 0,36 de 1995 a 2005. Entre 2003 e 2005, a região sofreu redução em indicadores de saúde e educação, destoando das demais. ¿Chegou a ocorrer uma involução da cobertura de esgoto na região metropolitana de Belém¿, disse Ferreira.

As maiores desigualdades estão relacionadas à proporção de domicílios ligados à rede de esgoto. Enquanto essa proporção é de 8,3% no Norte, no Sudeste, ela é dez vez isso: 83,5% das residências são ligadas à rede.