Título: OCDE fica mais perto do Brasil
Autor: Caminoto, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2007, Economia, p. B12
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) oficializou ontem a sua decisão de 'reforçar a cooperação' com o Brasil, a África do Sul, a China, a Índia e a Indonésia, que poderá levar 'a uma eventual adesão' desses países aos seus quadros no futuro.
O organismo, que congrega as 30 economias mais industrializadas , também anunciou o início de negociações para a adesão do Chile, da Estônia, de Israel, da Rússia e da Eslovênia.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou da reunião da OCDE, disse que o Brasil vê com 'interesse' a iniciativa, mas deixou claro que o governo ainda não decidiu se vai se associar à entidade. Segundo ele, será necessário avaliar as condições da adesão, que demandaria, por exemplo, o compromisso de acelerar reformas econômicas.
Amorim, no entanto, elogiou a decisão da OCDE de estreitar as relações com o grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), uma das demandas do Brasil para avaliar a eventual adesão. 'Vamos em grupo, isso é positivo', disse Amorim.
O governo brasileiro quer evitar que a aproximação ao 'clube dos ricos' prejudique a sua liderança nos grupos de nações em desenvolvimento, como o G-20.
O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, reiterou que um processo de adesão do Brasil não está sendo iniciado agora, como no caso do Chile, pois essa decisão cabe ao governo brasileiro. 'A OCDE está muito interessada em manter a relação o mais próxima possível com o Brasil', disse. 'O quanto próxima ela será vai depender do próprio Brasil.'
Ele enfatizou que cabe a cada país decidir quanto tempo poderá levar um processo de adesão. 'Cada governo vai decidir se, como e quando quer entrar na OCDE', disse o mexicano.
Os ministros da OCDE, num comunicado oficial, explicaram que a decisão de iniciar uma aproximação com outros países justifica-se pela necessidade de expandir a sua 'presença global, seu impacto político e relevância'.
Eles salientaram a 'importância' do Brasil e outros grandes países em desenvolvimento para a economia mundial. 'Suas políticas e atividades têm impacto global e afetam os temas tratados pela OCDE', disse o comunicado.