Título: Setor de serviços é o 1º da lista
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/05/2007, Economia, p. B1

Entre os setores da economia, as prestadoras de serviços foram as que mais investiram em 2006, segundo a Serasa. A análise dos balanços contábeis de 14,1 mil empresas do setor indica que 13,1% do faturamento líquido foi para investimento em ativos imobilizados. Isso corresponde a R$ 58,2 milhões, ante R$ 41,8 milhões em 2005 - um aumento de R$ 16,4 milhões. Na indústria, a taxa foi de 7,5% e no comércio, 1,3%.

Para Márcio Torres, analista de crédito da Serasa e coordenador do estudo, os números dos serviços são explicados principalmente pelos investimentos feitos pelos setores ligados à infra-estrutura e utilidade pública. Ele cita o exemplo da telefonia fixa, cujos investimentos representaram 11,7% do faturamento líquido. Após a privatização, as empresas fizeram pesados investimentos para atender às metas de universalização e, mais recentemente, vêm mantendo investimentos para enfrentar a concorrência acirrada e ainda oferecer serviços de maior valor agregado.

A Telefônica, operadora de telefonia no Estado de São Paulo, investiu R$ 2,876 bilhões no ano passado. A empresa tem previsão de investir mais R$ 15 bilhões até 2010, tanto em telefonia fixa como celular. Para este ano, a previsão é destinar R$ 3,750 bilhões. Entre outros projetos, estão incluídos investimentos para aumento da rede do Speedy (banda larga)e a entrada da Telefônica na distribuição de TV por assinatura.

No setor de transportes, a taxa de investimentos foi de 13,7% do faturamento líquido em 2006. Segundo Torres, o destaque foi o segmento rodoviário, já que os investimentos são constantes quando se analisa a pequena parte das concessionárias de rodovias privatizadas. ¿Entretanto, a atividade exportadora ainda é fortemente afetada pela precariedade da maior parte da malha rodoviária e a insuficiência dos ramais ferroviários, além da saturação dos principais portos do País.¿

O coordenador da pesquisa explica que a taxa de investimentos do comércio é baixa (1,3% do faturamento líquido) porque o setor destina a maior parte de seus recursos para o giro, não necessitando de grandes volumes em ativos fixos.

As Casas Bahia, maior rede de varejo de eletroeletrônicos e móveis do País, faturaram R$ 11,5 bilhões em 2006. Os investimentos previstos pela rede para este ano somam R$ 50 milhões e serão destinados à abertura de 50 lojas.