Título: Empresa da Vale sairá por R$ 1 bi
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Fonte: O Estado de São Paulo, 26/05/2007, Economia, p. B16

A oferta de ações da Log-In Logística Intermodal, subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce, pode movimentar cerca de R$ 1 bilhão, segundo prospecto preliminar divulgado ontem.

Serão vendidas na oferta primária e secundária 48.395.189 ações ordinárias e os coordenadores da operação estimam que o preço do papel fique entre R$ 12,75 e R$ 15,75.

A Log-In reunirá parte dos ativos de logística da Vale, mas mesmo depois de vender as ações a mineradora continuará como controladora da empresa.

A nova empresa reunirá atividades da Vale voltadas para o transporte de carga e inclui o terminal de contêineres de Vila Velha, no Espírito Santo, a navegação costeira da Docenave e terminais intermodais de carga.

Ficaram de fora as operações de transporte de minério de ferro e as companhias em que a mineradora não tem o controle acionário. A participação da Vale na empresa ferroviária MRS Logística não faz parte do negócio.

RESERVA

O período de reserva vai de 1º a 15 de junho, e a precificação do papel está prevista para 18 de junho. As ações começam a ser negociadas na Bolsa de Valores em 20 do mesmo mês.

A oferta primária inclui 27.053.140 ações, enquanto a secundária 21.342.049 ações. O total de ações pode ser elevado em 16.938.314 papéis, caso sejam exercidas as opções de lotes suplementar e adicional.

O coordenador líder da operação é o UBS Pactual.

VALORES

Os valores mínimo e máximo para o varejo são de R$ 1 mil e R$ 300 mil. A oferta para esse grupo de investidores representa de 10% a 20% do global, sem considerar o lote suplementar e os papéis adicionais. A maior parte da oferta será destinada a grandes investidores institucionais.

Da oferta do varejo, 10% serão destinados prioritariamente à distribuição aos diretores estatutários, bem como aos gerentes e coordenadores que tenham vínculo empregatício com a companhia.

A criação e a venda de ações da Log-In são algumas das formas encontradas para a Vale reduzir seu endividamento, após a compra da mineradora canadense Inco, em outubro do ano passado. A Vale pegou um empréstimo de US$ 14,6 bilhões com um consórcio de bancos para comprar a Inco.

Foi montada uma operação de engenharia financeira para reduzir o impacto da dívida. A primeira medida foi refinanciar 86% dos débitos. A operação incluiu a emissão de US$ 5,5 bi em debêntures conversíveis em ações e estendeu o prazo de pagamento para 10 anos. Além disso, a Vale quer captar recursos para reforçar o caixa. A venda das ações da Log-In faz parte dessa estratégia.