Título: Lista é de mimos, não corrupção, diz Tarso
Autor: Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/05/2007, Nacional, p. A5

Centenas de pessoas receberam algum tipo de benefício da Gautama. O ministro da Justiça, Tarso Genro, confirmou ontem a existência de uma lista de nomes apreendida na empreiteira pela Polícia Federal, mas frisou que não se trata de envolvidos em corrupção.

¿Existe uma relação de centenas de pessoas que receberam mimos e brindes, como ocorre com todas as empresas¿, justificou. ¿Não existe nenhuma lista de pessoas envolvidas com corrupção, isso é uma invenção.¿ Segundo o ministro, ¿as pessoas que a Polícia Federal vê envolvidas com eventuais delitos são as que estão indiciadas¿.

A relação de nomes foi encontrada no escritório da Gautama em Salvador, na quinta-feira, quando a PF deflagrou a Operação Navalha. As informações da PF são de que constam dessa lista nomes de políticos e funcionários públicos relacionados a valores e presentes.

Ao sair de um evento com prefeitos, em Brasília, Tarso comentou a operação, mas evitou o quanto pôde fazer um comentário mais objetivo sobre a situação do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.

¿O que há por enquanto é uma operação técnica exemplar, altamente qualificada, que vai ter um efeito altamente positivo nas licitações, no comportamento das empresas, dos Estados, na relação com os agentes públicos¿, afirmou. ¿Mas não há nenhum tipo de incriminação feita pela PF contra qualquer pessoa.¿

SEM JULGAR

O ministro ponderou que a PF fez um trabalho técnico e não emite juízo sobre o grau de comprometimento dos acusados. ¿A PF levanta indícios, constitui provas e faz um relatório para o procurador-geral avaliar.¿

Tarso afirmou que o fato de a funcionária da Gautama Maria de Fátima Palmeira ter sido flagrada entrando nas salas que compõe o gabinete de Rondeau no ministério não necessariamente significa que houve entrega de dinheiro no local.

¿O fato de uma pessoa ir ao escritório da outra não quer dizer que haja nexo de criminalidade¿, reiterou. ¿Isso vai ser examinado pelo procurador-geral, junto com todas as provas levantadas pela PF.¿