Título: Deputados alegam que gasto respeita teto
Autor: Scarance, Guilherme e Amorim, Silvia
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2007, Nacional, p. A4

Para os deputados que lideram os gastos com combustíveis no Legislativo paulista, as principais justificativas são a distância de suas bases eleitorais, onde mantêm escritório político, e o uso de vários veículos com gasolina paga pela Assembléia.

Procurado pelo Estado, o tucano Roberto Engler, que lidera os gastos com combustível, não retornou a ligação. Já o vice-líder nessa despesa, Said Mourad, líder do PSC, lembra que a cota da Assembléia permite gastar até R$ 10 mil com combustível e, por isso, está dentro do limite permitido pela Casa.

Por meio da sua assessoria, Mourad informou que a despesa de R$ 5,6 mil foi destinada a manter, além do carro oficial, os veículos de cinco assessores, um deles do Vale do Paraíba, seu reduto eleitoral.

Explicação semelhante foi dada pelo deputado Luciano Batista (PSB). Segundo ele, além do Astra oficial, outros quatro veículos trabalham para o gabinete. Sua assessoria explica que a equipe roda 23 cidades durante a semana - 9 da Baixada Santista e 14 do Vale do Ribeira.

A deputada Analice Fernandes (PSDB) tem sua maior base eleitoral em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, mas alega que a sua cidade natal, Jales, a cerca de 700 quilômetros da capital, não pode ficar sem atenção. O gabinete informou que é desenvolvido ¿um trabalho atuante¿ na região.

O deputado Rodrigo Garcia (DEM), quarto na lista de gasto com combustíveis, não retornou as ligações da reportagem.

SALDO

O deputado Vicente Cândido (PT), que pediu o maior ressarcimento à Assembléia no mês de abril, alega ter utilizado o ¿saldo¿ remanescente dos meses anteriores. ¿De janeiro a março foram usados menos do que os R$ 18 mil e isso acumula¿, informou. Além disso, a sua assessoria explicou que ele apresentou um projeto de lei, no mês de março, que acabou consumindo muitas verbas com pesquisa e consultoria.

O segundo colocado na lista, Jorge Caruso (PMDB), mudou-se da Primeira Vice-Presidência para um gabinete comum após a mudança de legislatura. Segundo explicou ao Estado, por esse motivo teve de refazer todo o material gráfico - cartões de visita, papel carta, ofícios e memorando. Além disso, foram enviadas cartas para avisar da mudança.

¿O custo maior foi de gráfica. Após sair da Mesa, tive de mudar tudo¿, ressaltou o parlamentar. ¿Mas a minha média mensal costuma ser menor.¿

De acordo com o chefe de gabinete de Uebe Rezeck (PMDB), Edson Corrêa, o deputado teve um gasto mínimo em março - R$ 1.831 - e altas despesas em abril, com consumo e gráfica. ¿Estamos equipando todo o gabinete¿, explicou.

A assessoria de Ed Thomaz (PMDB) explica que o parlamentar está montando o seu escritório político em Presidente Prudente, o que explica as despesas de R$ 19,1 mil. Viagens à base, para atender às lideranças dos 53 municípios da região, teriam aumentado os gastos.

FRASES

Vicente Cândido Deputado do PT

¿De janeiro a março foram usados menos do que os R$ 18 mil e isso acumula¿

Jorge Caruso Deputado do PMDB

¿O custo maior foi de gráfica. Após sair da Mesa, tive de mudar tudo. Mas a minha média mensal costuma ser menor¿.