Título: Servidores do Ibama decidem manter greve em todo o País
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/05/2007, Nacional, p. A9

Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiram pela manutenção da greve iniciada na segunda-feira e que ontem atingia, segundo balanço da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, os 26 Estados do País e o Distrito Federal. Os funcionários do Rio Grande do Sul ontem também decidiram aderir.

Os grevistas também decidiram não entrar com recurso contra a liminar que ordenou que mantenham 50% do efetivo trabalhando nas atividades que, caso não sejam cumpridas, gerem risco ambiental ou a terceiros. Os funcionários preferiram não questionar a decisão da 17ª Vara da Justiça Federal, por entenderem que ela não considerou o movimento ilegal, contrariando o pedido feito nesse processo pela Advocacia Geral da União (AGU).

A decisão de não recorrer da liminar foi tomada em conjunto por Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais e Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal.

¿A greve é um direito e todos os servidores do Ibama que atuam em áreas relacionadas ao patrimônio público estão trabalhando para que não ocorra nenhum dano¿, assegurou o presidente da associação dos servidores, Jonas Corrêa. Entre os serviços que estão sendo realizados normalmente, segundo a entidade, estão o de fiscalização de parques e monitoramento de queimadas e de acidentes ambientais.

ADESÃO

A greve nacional teve início anteontem e foi deflagrada em protesto contra a medida provisória editada pelo governo que dividiu o Ibama, criando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Para os servidores, o instituto ficou enfraquecido, pois perdeu atribuição de gerir unidades de conservação - agora a cargo do Instituto Chico Mendes.

Ontem, os sindicalistas informaram que não poderiam precisar o porcentual de funcionários do instituto que aderiram à paralisação. A Justiça fixou multa diária de R$ 5.000 - a ser aplicada à associação dos servidores -, caso o efetivo mínimo de 50% não seja cumprido.

O próprio Ibama também não soube informar quantos funcionários deram expediente um dia depois da determinação judicial. O órgão prometeu para hoje um balanço com o número de funcionários que estão em atividade. Segundo sindicalistas, mesmo antes da decisão judicial, em alguns Estados havia pressão para que a greve não prosseguisse, como no Paraná.