Título: Só neste ano, USP já contratou 201 funcionários
Autor: Iwasso, Simone
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/06/2007, Vida&, p. A17
Nos cinco primeiros meses deste ano, a Universidade de São Paulo (USP) realizou 201 contratações, sendo 148 de professores. Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), por exemplo, foram 20 novas admissões. No campus da zona leste, 41.
Num comparativo com os anos anteriores, para o mesmo período, o número está um pouco acima da média: em 2006 foram 129 professores contratados nessa época do ano; em 2005, 132; em 2004, 89 e, em 2003, 128.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também fez 36 contratações até agora. No mesmo período do ano passado foram 29. Em 2005, 26.
Na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) foram admitidos 26 professores e concursos para 60 vagas estão em andamento. Houve 91 contratações em 2006 e, no mesmo período, 35 em 2005.
¿ É uma lenda política que parece feita sob medida para justificar a invasão da reitoria. Os decretos não proibiram a contratação de funcionários nem impediram a negociação direta de salários entre professores, funcionários e reitores¿, afirmou ontem o secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo.
¿Os concursos não foram interrompidos em nenhum momento. Em relação à contratação de funcionários, ocorreu uma confusão. Considerou-se que decretos que proibiam concursos e contratações de funcionários efetivos na administração do Estado com um veto à contratação de professores, medida que nunca existiu nem poderia ter existido¿, afirma.
O decreto que trata do tema, editado em janeiro, não menciona as universidades estaduais, mas fala sobre administração direta e indireta, o que deu margem para interpretações diversas, entre elas a das proibições. O reitor da Unicamp e presidente do Cruesp, José Tadeu Jorge, em entrevista ao Estado na semana passada, havia afirmado que estava contratando.
Na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, o diretor Sylvio Sawaya afirmou que está com um concurso em andamento.
REPERCUSSÃO
José Tadeu Jorge Reitor da Unicamp
¿O novo decreto esclarece em definitivo pontos importantes que ainda vinham causando controvérsia na comunidade das três universidades.¿
Odete Medauar Professora de Direito
¿O governo teve bom senso, mesmo que um pouco tardio. Isso esclarece de vez qualquer interpretação em outro sentido¿
Paulo Renato Ex-ministro da Educação
¿O decreto de hoje reafirma aquilo que já estava e era mais ou menos vigente. A autonomia não está ameaçada, mesmo porque o governador José Serra foi professor da Unicamp e conhece a história da autonomia das três universidades paulistas. Portanto nunca foi sua intenção coibir essa autonomia¿
Ariel de Castro Alves Secretário-geral do Condepe
¿Foi um avanço bastante significativo. Até então, observávamos intransigência por parte do governo¿.