Título: Ex-chefe da PM é acusado de integrar a máfia
Autor: Brandt, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/06/2007, Nacional, p. A5

A máfia dos caça-níqueis sobreviveu nos últimos anos graças à associação com policiais. A análise das 1.068 páginas do inquérito mostra que uma peça importante ficou de fora até agora do caso: o ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul durante o governo Zeca do PT, José Ivan de Almeida, o Coronel Ivan.

Hoje deputado estadual pelo PSB, ele é apontado pela PF como um dos líderes de uma das 5 organizações criminosas que fazem parte da máfia dos caça-níqueis. Teria sociedade com Ari Silas Portugal e Hércules Mandetta Neto, que estão presos. Como tem direito a foro privilegiado, ficou de fora da operação.

Na página 777 do inquérito, a Procuradoria da República explica que o coronel ¿não é alvo da investigação, pois atualmente ocupa cargo de deputado e tem foro privilegiado¿. ¿No entanto, constatou-se o envolvimento de José Ivan de Almeida com a organização criminosa em razão dos freqüentes contatos telefônicos que mantém com o investigado Ari Silas Portugal¿. As conversas apontam possíveis pagamentos de propina e tráfico de influência.

No parecer em que foi analisado os pedidos de prisão, os procuradores recomendam que o caso dele seja enviado à Procuradoria da República para desmembramento em um novo processo que deveria ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) - instância na qual são julgados casos envolvendo parlamentares.

O deputado não foi localizado para comentar o caso.

Ao todo, 14 policiais foram detidos na Operação Xeque-Mate.