Título: 'É dinheiro que poderia ser investido, mas está parado'
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/06/2007, Economia, p. B1

Só as montadoras reclamam de R$ 3 bilhões de créditos de ICMS não recebidos referentes a exportações feitas a partir de São Paulo. 'É dinheiro que poderia ser investido, mas, por enquanto, está parado', diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.

A devolução do dinheiro está na lista de reivindicações encaminhadas ao governo para desonerar o produto que é exportado. Em 2005, o então governador Geraldo Alckmin se comprometeu a liberar o crédito para novos investimentos. Ford, Volkswagen, General Motors e DaimlerChrysler se apressaram em apresentar projetos e, por algum tempo, receberam parcelas mensais do montante retido.

Entre os programas anunciados na época está o da produção de um novo carro na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que será concretizado no fim deste ano.

O ICMS acumulado pelas processadoras de soja e exportadoras de óleo e farelo é o principal problema enfrentado hoje pelo setor, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove). De acordo com a entidade, o acúmulo de créditos afeta principalmente as processadoras situadas em São Paulo e no Paraná, que compram o grão dos Estados do Centro-Oeste com alíquota de 12% e não conseguem repassar o crédito no produto destinado à exportação.

Para o consultor Clóvis Panzarini, a retenção desses créditos é uma restrição de capital de giro para as empresas, não só as exportadoras. Segundo ele, o problema afeta todas as empresas que pagam alíquotas diferentes do ICMS na compra de insumos e na venda de seus produtos.