Título: Bolívia assina hoje recompra de refinarias
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/06/2007, Economia, p. B10

A Bolívia assina hoje o contrato definitivo com a Petrobrás para a recompra das duas refinarias operadas pela estatal brasileira, segundo um comunicado oficial do governo boliviano.

A assinatura do contrato foi anunciada pelo ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, e pelo presidente-executivo da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Guillermo Aruquipa, em um convite enviado à imprensa. O ato está marcado para ocorrer em Santa Cruz de la Sierra, nas instalações da refinaria Guillermo Elder, uma das duas que a Petrobrás adquiriu do governo boliviano em 1999. A outra refinaria que passa hoje para o controle boliviano é a Gualberto Villarroel, em Cochabamba.

Fontes da YPFB não confirmaram a presença do presidente boliviano, Evo Morales, mas disseram ser 'quase certo' que ele participará da cerimônia.

Segundo o acordo entre Brasil e Bolívia, a YPFB pagará hoje à Petrobras US$ 56 milhões (R$ 110 milhões), a metade do total comprometido pelas duas refinarias, e o resto deve ser pago daqui a 60 dias. O pagamento de 50% da soma estipulada foi confirmado mais de uma vez por autoridades de La Paz, diante de insinuações do Brasil de o acordo seria anulado caso a estatal boliviana não cumprisse o prazo. Com a concretização do acordo, será completada mais uma etapa do processo de nacionalização dos hidrocarbonetos da Bolívia, iniciado pelo presidente Evo Morales em maio de 2006.

A Petrobrás informou que transferirá o controle das unidades assim que receber o dinheiro. Mas a YPFB só assumirá definitivamente as operações em um prazo de 60 dias, estipulado no acordo como um período de transição para que os bolivianos tomem conhecimento dos detalhes da operação. Segundo a agência de notícias boliviana ABI, a transferência legal das ações foi feita no dia 2 de junho e executivos das duas empresas trabalham em um modelo final do contrato.

A Bolívia estuda investir em instalações de separação do gás produzido no país, com o objetivo de extrair as partes líquidas e reduzir os problemas de abastecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão, enfrentados pela população local.