Título: Sistema não informatizado dificulta controle de bolsas
Autor: Iwasso, Simone
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/05/2007, Vida&, p. A24

Apesar de conceder uma série de bolsas-auxílio aos alunos, a USP não consegue determinar, com precisão, quantos deles recebem quais tipos de benefícios. Isso porque o sistema ainda não é informatizado.

Dessa maneira, é comum que um estudante acumule, por exemplo, bolsa-transporte, bolsa-alimentação e bolsa de monitoria, enquanto outro, que também comprove necessidades socioeconômicas, fique sem nenhuma ajuda ou tenha de esperar muito tempo até ser incluído em algumas delas.

O projeto da universidade é conseguir criar um sistema único, em que os estudantes se inscrevam, façam as seleções, comprovem os dados e recebam os benefícios que combinem com suas necessidades.

¿Hoje fica difícil saber se um aluno acumula muitos benefícios e outro fica sem conseguir receber nenhum¿, afirma Rose Godoy, coordenadora da Assistência Social da instituição. ¿O objetivo é criar um cadastro único, informatizado, e que a universidade tenha condições de ir atrás desse aluno e não espere que ele venha pedir o benefício¿, complementa.

Ela explica que a universidade atualmente trabalha no mapeamento de um perfil socioeconômico completo do estudante - uma experiência do tipo está em andamento na USP Leste e tem ajudado a mostrar que os alunos de lá, por exemplo, são em boa parte oriundos de escolas da rede pública.

Na Fuvest, na ficha de inscrição, já há essa coleta de dados, mas o objetivo é aperfeiçoar o sistema e cruzá-lo com a concessão dos benefícios.

De bolsa-transporte, são 153 beneficiados com R$ 100. A bolsa-alimentação, que atualmente é concedida a 2.500 alunos, inclui refeições de graça nos restaurantes universitários.

Há outra, chamada bolsa Santander/Banespa, patrocinada pela instituição bancária, que oferece R$ 250 a 230 alunos. Outra, a bolsa-trabalho, para 600 alunos envolvidos em projetos de extensão, paga R$ 350 mensais.

No projeto Ensinar com Pesquisa, a universidade dá 800 bolsas de R$ 300. São habilitados a recebê-la os estudantes que trabalhem em projetos que visam a aperfeiçoar as práticas pedagógicas da graduação.

As bolsas de monitoria abrangem 207 estudantes, pagando mensalmente R$ 300 para cada um.

Além dessas, em cada unidade da USP, como na Escola Politécnica (Poli) e na Faculdade de Medicina, existem bolsas próprias para grupo de estudantes com necessidades socioeconômicas. O valor delas fica em torno de R$ 300 a R$ 350.

As quantias de todas elas são semelhantes, por exemplo, às pagas pelas bolsas de iniciação científica, que, ao contrário da questão socioeconômica, são concedidas pelo período de dois anos a estudantes de cursos de graduação de acordo com o mérito acadêmico e a participação em grupos de pesquisa.